
primavera/spring
Passados mais de 10 anos do conjunto de revoluções que varreria uma dúzia de nações, intitulada Primavera Árabe, com exceção da Tunísia, todas as demais continuam sendo autocracias mais ou menos rígidas, como o Egito, se transformaram em Estados falidos, caso do Iêmen e Líbia, ou viraram sangrentos campos de batalha, caso da Síria. Tal como o filosofo esloveno Slavoj Žižek preconizava em seu livro O ano em que sonhamos perigosamente, foram anos que sonhamos perigosamente em duas direcções: houve sonhos de emancipação, que mobilizaram manifestantes no Oriente Médio, em Nova York, na praça Tahir, em Londres e Atenas, e houve sonhos destrutivos e obscuros, que serviram de impulso para Breivik e para os populistas racistas e ufanistas de toda a Europa, da Holanda à Hungria. O Brasil elegeu Jair Bolsonaro em 2018, os Estados Unidos Donald Trump e o Chile rechaçou novas propostas de constituições.
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Esta obra deseja refletir sobre regimes autoritários que regem o micros e macros poderes. PRIMAVERA questiona-nos então se estaríamos diante de fracassos revolucionários ou se devemos encarar estes movimentos, em escala global, como estações permanentes na contra o colonialismo, na busca por autonomia e independência?​ Nesta obra, realizo co-criação com o diretor e dramaturgo Alexis Moreno, nome referencial no teatro chileno, fundador do Teatro la María, companhia com 25 anos de existência. Alexis possui mais de 20 obras escritas e dirigidas, sendo apresentadas em diferentes partes do mundo como Brasil, Alemanha, Japão e Estados Unidos.
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Co-criação: Pedro Vilela & Alexis Moreno
Dramaturgia: Alexis Moreno
Intepretação: Pedro Vilela
Cenografia e figurinos: Andre Contreras
Financiamento: Programa Iberescena e Teatro Municipal do Porto
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More than 10 years on from the set of revolutions that swept through a dozen nations, called the Arab Spring, with the exception of Tunisia, all the others remain more or less rigid autocracies, like Egypt, have become failed states, like Yemen and Libya, or have turned into bloody battlefields, like Syria. As the Slovenian philosopher Slavoj Žižek advocated in his book The Year We Dreamed Dangerously, there were years in which we dreamed dangerously in two directions: there were dreams of emancipation, which mobilized demonstrators in the Middle East, in New York, in Tahir Square, in London and Athens, and there were destructive and dark dreams, which served as an impetus for Breivik and the racist and ufanistic populists across Europe, from Holland to Hungary. Brazil elected Jair Bolsonaro in 2018, the United States Donald Trump and Chile rejected new proposals for constitutions.
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This book aims to reflect on authoritarian regimes that govern micro and macro powers. PRIMAVERA then asks us whether we are facing revolutionary failures or whether we should see these movements, on a global scale, as permanent stations in the fight against colonialism, in the search for autonomy and independence? In this work, I co-create with director and playwright Alexis Moreno, a reference name in Chilean theater, founder of Teatro la María, a company that has been in existence for 25 years. Alexis has written and directed more than 20 works, presented in different parts of the country.
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Co-creation: Pedro Vilela & Alexis Moreno
Dramaturgy: Alexis Moreno
Performance: Pedro Vilela
Set and costume design: Andre Contreras
Funding: Iberescena Program and Teatro Municipal do Porto